Da Redação
Trump não apenas criticou a decisão do STF sobre Bolsonaro, mas ameaçou punir quem apoiar Moraes. Brasília responde com firmeza: o Brasil jamais aceitará interferências externas no seu processo jurídico.
Nesta terça-feira, 5 de agosto de 2025, o governo dos Estados Unidos reforçou sua retórica ao anunciar que poderá punir diplomatas e agentes que “auxiliarem ou compactuarem” com o ministro Alexandre de Moraes na prisão domiciliar imposta ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O Departamento de Estado qualificou a medida como uma violação dos direitos humanos, alegando perseguição política e intimidação judicial.
Donald Trump, na Casa Branca, declarou publicamente que o presidente Lula poderá ligar a qualquer momento para dialogar sobre tarifas, mas depois criticou abertamente o STF e a independência da Justiça brasileira, em tom de ameaça velada. Em resposta, o governo brasileiro reafirmou que nunca aceitará intrusão estrangeira em seus processos judiciais, e que qualquer tentativa de pressão será vista como ato de violação da soberania nacional.
O presidente Lula enfatizou que, embora o Brasil seja favorável ao diálogo, isso não ocorrerá sob chantagem ou tentativa de intimidação. Ele frisou: o Brasil aceita negociação, mas jamais subordinação. Sua fala reflete uma posição estratégica clara: respeito mútuo e autonomia institucional são pré-condições inegociáveis.
O STF, ao aplicar a prisão domiciliar a Bolsonaro, deixou evidente que políticas judiciais não serão manipuladas por poderosos interesses externos. Moraes afirmou que a Justiça “não será feita de tola”, reafirmando que o cumprimento judicial independe de pressões diplomáticas ou econômicas. A jurisprudência em curso reforça que a lei deve valer igualmente para todos, independentemente de quem esteja no poder ou de quem pressione de fora.
O episódio intensifica a disputa entre soberania nacional e imperialismo jurídico-econômico. Para o Brasil, a prisão de Bolsonaro é interna e soberana; qualquer retaliação ou sanção externa será enfrentada como tentativa de cerco. A estratégia brasileira combina firmeza institucional com pragmatismo diplomático — diálogo sim, mas sem renúncia aos princípios democráticos.