Da Redação
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, condenou o deslocamento militar dos EUA próximo à Venezuela, citando os princípios constitucionais de não-intervenção e autodeterminação dos povos como base da política externa mexicana
Em coletiva de imprensa nesta terça-feira, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, respondeu com veemência ao movimento militar dos Estados Unidos nas proximidades da costa venezuelana. Ao citar os fundamentos da Constituição mexicana, reafirmou os pilares de política externa do país: “não ao intervencionismo”, “autodeterminação dos povos” e resolução pacífica de controvérsias.
A declaração surge em meio à movimentação de três destróieres equipados com mísseis guiados Aegis, marinheiros e fuzileiros navais dos EUA na região do Caribe, autorizado como parte de uma estratégia focada no combate aos cartéis latino-americanos. Sheinbaum garantiu que o México rejeita qualquer ação militar direta em seu território, destacando que a colaboração com os EUA não implica subordinação ou violação da soberania nacional.
A reação mexicana também reflete uma linha diplomática histórica, alinhada à Doutrina Estrada — princípio da política externa mexicana que valoriza o respeito à soberania alheia, favorece o não-intervencionismo e defende a autodefinição dos povos. Ao lembrar que sua postura está amparada por normas constitucionais e por uma tradição diplomática que data de meados do século XX, Sheinbaum reforçou que o país permanece firme na defesa da paz e do diálogo regional.
O pronunciamento chega num momento crítico: enquanto os Estados Unidos pressionam em nome da “guerra às drogas” e da segurança hemisférica, o México sinaliza que reforçará sua autonomia política e que qualquer movimento externo que viole esse entendimento será rechaçado formalmente.