Atitude Popular

Milei denuncia operação de inteligência ilegal para desestabilizar seu governo corrupto

Da Redação

O governo argentino afirma que gravações divulgadas são fruto de uma ação de espionagem ilegal contra a Presidência, tramada com o intuito de abalar a estabilidade política às vésperas das eleições locais.

Na última segunda-feira, 1º de setembro de 2025, o governo do presidente Javier Milei apresentou ao Judiciário argentino uma denúncia formal de que os áudios atribuídos à sua irmã e chefe de gabinete, Karina Milei, foram obtidos por uma operação de inteligência ilegal. O objetivo, segundo o porta-voz Manuel Adorni, era desestabilizar o país em plena campanha eleitoral.

Uma juíza federal respondeu expedindo uma ordem judicial que proíbe meios de comunicação e redes sociais de divulgarem os áudios gravados na Casa Rosada, como medida cautelar para conter a circulação dessas conversas privadas. A ação judicial foi marcada pela conclusão de que se tratou de uma operação planejada e não simplesmente de um vazamento isolado.

O vazamento das gravações ocorre em um momento sensível na política argentina: as eleições primárias em Buenos Aires estão próximas, e o governo enfrenta acusações de corrupção e disputas internas crescentes. Nos áudios, ouve-se Karina orientando sua equipe sobre questões trabalhistas, mas o conteúdo exato circulou apenas de forma parcial, em uma plataforma de streaming, antes da ordem judicial.

O governo alega que as gravações foram editadas, retiradas de contexto e divulgadas com o propósito de deslegitimar as lideranças do Executivo e gerar instabilidade. A operação teria sido direcionada, segundo o comunicado oficial, por integrantes do kirchnerismo, com finalidade política. Não há, até o momento, indícios de que Karina Milei ou quaisquer outros oficiais tenham cometido atos ilícitos — e o governo reivindica que se trata de uma trama de desinformação.

Em paralelo, na esfera política, cresce a pressão sobre o Parlamento para que a presidência da SIDE (a antiga agência de inteligência), revivida em 2024, seja investigada. Organismos de direitos humanos e deputados da oposição já pediram a convocação de Sergio Neiffert — atual interventor da agência — para prestar esclarecimentos sobre as práticas de espionagem política.