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Moraes garante imparcialidade do STF; Gonet apresenta provas robustas; defesas respondem

Da Redação

No primeiro dia do julgamento do “núcleo 1” no STF, Alexandre de Moraes reafirmou que o tribunal permanecerá independente e não cederá a pressões, enquanto o procurador-geral Paulo Gonet detalhou evidências contundentes da trama golpista. As defesas começaram a se manifestar, com debates que seguem nesta quarta-feira.

Na manhã de hoje, 2 de setembro de 2025, foi aberto o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus acusados de liderar uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

O relator Alexandre de Moraes abriu a sessão enfatizando que o STF agirá com absoluto grau de imparcialidade, ignorando qualquer tipo de pressão interna ou externa, e garantiu que “haverá Justiça: se houver provas, haverá condenação; se houver dúvida, absolvição”. Ele também afirmou que o tribunal protegerá a soberania nacional com firmeza diante de ataques ou coerções.

Na sequência, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, conduziu a acusação exibindo provas contundentes. Ele destacou que a denúncia não se baseia em conjecturas, mas em documentos reais, como manuscritos, planilhas, mensagens e testemunhos, que evidenciam planejamento sistemático para impedir a posse presidencial de Lula. Gonet citou nomes de operações conspiratórias — como “142”, “Punhal Verde e Amarelo” e “Copa 2022” — que incluíam planos para assassinar ministros do STF e Lula, além de fomentar ações violentas como incêndio de veículos e explosões para gerar caos e atrair adesão militar.

A acusação deixou claro que não seria necessária uma ordem formal assinada para que os crimes fossem consumados; bastavam os atos articulados em si. Gonet alertou que permitir a impunidade diante dessa tentativa de ruptura institucional seria abrir espaço para que autoritarismo e extremismo se rearticulem no país.

Após a acusação, iniciaram-se as sustentações das defesas:

  • A defesa do delator Mauro Cid reafirmou a validade da delação premiada, negou qualquer coação e tratou seu pedido de baixa do Exército como uma questão psicológica sem relação com o mérito do caso.
  • O advogado de Alexandre Ramagem negou envolvimento ativo na trama e chamou-o de “compilador de ideias”, sem atuação deliberada em uma estratégia de golpe.
  • A defesa do almirante Almir Garnier contestou a narrativa de culpabilidade individualizada, denunciou uma “narrativa globalizante” e pediu a anulação da delação de Mauro Cid.