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NYT destaca que Brasil teve sucesso onde EUA falharam: caso Bolsonaro

Da Redação

Julgamento histórico do ex-presidente Jair Bolsonaro é apontado como prova de que sistema judicial brasileiro respondeu a ameaças à democracia, ao contrário do que muitos viram nos Estados Unidos.

a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros crimes contra a democracia. O julgamento, que terminou por 4 votos a 1, também responsabilizou sete de seus aliados mais próximos. Trata-se de uma das decisões mais severas já tomadas contra um ex-chefe de Estado na América Latina.

O New York Times destacou o episódio como um marco: o Brasil conseguiu responsabilizar judicialmente um ex-presidente que tentou deslegitimar eleições e corroer instituições democráticas. Para o jornal, o contraste é direto com os Estados Unidos, onde casos semelhantes de ataques ao processo eleitoral e às instituições, protagonizados por líderes políticos, não resultaram até agora em condenações de igual peso. O veículo ressaltou que, no Brasil, as instituições foram pressionadas ao limite, mas responderam com autonomia e firmeza.

Segundo a análise, a diferença entre os dois países está na capacidade do Judiciário brasileiro de atuar de maneira célere e eficaz diante de ameaças diretas ao Estado Democrático de Direito. Nos EUA, observadores apontam entraves institucionais e disputas partidárias que retardam ou esvaziam a responsabilização, mesmo diante de evidências robustas.

A condenação repercutiu internacionalmente. Enquanto autoridades norte-americanas ligadas ao governo Trump classificaram a decisão como “perseguição política”, governos e organizações democráticas ao redor do mundo aplaudiram a postura do STF como exemplo de resiliência institucional. Para especialistas, a decisão brasileira poderá se tornar referência global no enfrentamento de líderes que tentem manipular ou sabotar a democracia.

Internamente, a decisão aprofundou divisões. Para apoiadores de Bolsonaro, trata-se de uma injustiça movida por interesses políticos. Já para movimentos sociais, partidos progressistas e defensores da democracia, a sentença reforça a mensagem de que ninguém está acima da lei. A polarização é intensa, e os efeitos políticos devem se prolongar até as eleições de 2026, com impactos sobre candidaturas da direita e sobre a narrativa de vitimização que o bolsonarismo tenta consolidar.