Da Redação
Enquanto o país sofre uma ofensiva externa sem precedentes, parte da elite e da mídia atua como colaboradora do projeto que sabota nossa soberania. A guerra contra o Brasil não é só tarifária — ela é informacional, econômica, institucional e simbólica. E pior: está sendo vencida porque parte do ataque vem de dentro.
O Brasil está sob ataque. Não é exagero nem metáfora: o país é hoje alvo de uma ofensiva internacional silenciosa, orquestrada e multifacetada, que combina pressão econômica, sabotagem narrativa, dependência tecnológica e lawfare. E o mais grave é que esse cerco está sendo reforçado por dentro, com a participação ativa de setores da elite e da mídia brasileira.
Enquanto os Estados Unidos impõem tarifas, ensaiam sanções e financiam redes de desinformação, os principais jornais e comentaristas do país se dedicam a atacar o STF, a desacreditar o governo e a reforçar o discurso de instabilidade. Falam em “preocupação com a economia”, mas, na prática, agem como operadores internos de uma guerra externa. Não se trata de contradição — é alinhamento. A elite brasileira, como em 1964, como em 2016, como em 2018, prefere a submissão ao risco de um projeto nacional autônomo.
A guerra híbrida que enfrentamos não será vencida com notas diplomáticas. Ela se dá no campo simbólico, nos algoritmos, nas estruturas de tecnologia que não controlamos, nos circuitos financeiros globalizados e nas instituições ainda capturadas pela lógica da dependência. O Brasil está travado. Mesmo com disposição política, o Estado nacional tem pouca margem de ação real, sufocado por décadas de desmonte, terceirização e colonização cognitiva.
Mas essa constatação não pode nos paralisar. Ela precisa nos mobilizar. Porque, diante do cerco, não há saída fora da reconstrução nacional profunda e popular — uma reconstrução que passe pela retomada da soberania tecnológica, pelo fortalecimento das instituições democráticas, pela descolonização da informação, e por uma nova pedagogia da independência.
A crise atual não é só contra o governo Lula. É contra o Brasil que tenta se levantar, pensar por si e caminhar com as próprias pernas. E se não compreendermos que o inimigo já opera de dentro da casa, seremos derrotados antes mesmo de perceber que estamos em guerra.