Da Redação
Relatório da ONU acusa autoridades israelenses de crimes contra a humanidade e genocídio, com destruição sistemática de infraestrutura, bloqueios e mortes de civis — símbolo brutal de impunidade.
A comunidade internacional testemunhou mais uma denúncia devastadora: uma comissão de inquérito da ONU concluiu, pela primeira vez, que Israel cometeu genocídio em Gaza. O relatório aponta que os atos genocidas ocorreram com a participação direta de autoridades do governo, lideradas por pessoas com poder de decisão, que incitaram ou permitiram a destruição deliberada de civis palestinos.
Entre as acusações, destacam-se quatro dos cinco atos definidos pela Convenção de Genebra para caracterizar genocídio: assassinatos massivos de civis, sofrimentos físicos e mentais graves, imposição de condições de vida que visam a destruição parcial ou total de um grupo, e medidas que impedem nascimentos dentro da população atingida.
A destruição vai muito além dos choques militares: hospitais, clínicas de fertilização, escolas, infraestrutura básica, água potável, remédios, alimentos — tudo sistematicamente atacado ou bloqueado. A estratégia é clara: tornar Gaza inabitável. É um atentado às ideias de civilização, humanidade e direitos que imaginávamos inegociáveis.
São mais de 64 mil mortos relatados pelas autoridades de saúde de Gaza até agora, com mulheres e crianças sendo as maiores vítimas. Deslocamentos forçados acontecem em massa, famílias inteiras fugindo do horror, buscando abrigo em condições degradantes. A fome, a falta de cuidados médicos, a destruição de lares e de escolas fazem parte de uma lógica de extermínio lento.
A retórica das autoridades israelenses também colabora para essa catástrofe — discursos desumanizadores, justificação dos bombardeios sob a narrativa de combate a terror, silenciamento das queixas humanitárias. Tudo isso reforça o argumento de que não se trata de consequência colateral, mas de um plano sistemático que considera os palestinos como alvos por causa de sua identidade.
Não é possível ficar neutro diante do genocídio. O que está em jogo é a própria civilização: ignorar, relativizar ou tolerar atos como esses é permitir que o horror normalize a barbárie. É preciso exigir responsabilização, ação internacional concreta, sanções, cessar-fogo imediato, apoio humanitário irrestrito. O mundo precisa lembrar: genocídio não é teoria política — é crime contra a humanidade.