Atitude Popular

PF faz buscas contra Silas Malafaia e aplica medidas cautelares no aeroporto

Da Redação

A Polícia Federal cumpriu mandado de busca pessoal contra o pastor Silas Malafaia desde sua chegada ao Rio de Janeiro, apreendeu seu celular e proibiu o religioso de deixar o país ou ter contato com outros investigados na investigação sobre obstrução de Justiça no caso da tentativa de golpe.

Na noite desta quarta-feira, 20 de agosto de 2025, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca pessoal e apreensão no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, contra o pastor Silas Malafaia. A ação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal no âmbito da investigação sobre obstrução de Justiça relacionada à trama golpista de 8 de janeiro de 2023, que levou ao indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e do deputado Eduardo Bolsonaro.

Malafaia foi abordado ao desembarcar de um voo vindo de Lisboa e conduzido às dependências da PF, onde prestou depoimento e teve seu celular e outros dispositivos retidos. O pastor também foi alvo de medidas cautelares: foi proibido de deixar o país e de manter contato com outros investigados.

De acordo com parecer da Procuradoria-Geral da República, o pastor teria atuado como “orientador e auxiliar” nas ações de coação e de obstrução promovidas por Jair e Eduardo Bolsonaro. Ele teria orientado Bolsonaro a divulgar narrativas ilegítimas para intimidar ministros do Supremo Tribunal Federal, além de se envolver em campanhas digitais ameaçadoras contra integrantes da Corte.

As evidências apontam que Malafaia participou ativamente da estratégia de pressionar ministros do STF e de manipular a opinião pública, coordenando a produção e disseminação de discursos que visavam enfraquecer as investigações em andamento no Supremo.

O episódio integra a segunda fase das operações conduzidas no âmbito da Ação Penal nº 2668, que apura uma tentativa de golpe de Estado. As diligências visam desarticular uma rede de obstrução, que vai além do núcleo político e alcança líderes religiosos com forte capacidade de mobilização junto a bolsonaristas.

Essa operação reforça a amplitude das investigações e demonstra como figuras próximas ao ex-presidente buscaram arquitetar um esquema articulado de desinformação e pressões políticas, iludindo instituições e tentando escapar da ação da Justiça.