Da Redação
Às vésperas do anúncio, governo prepara pacote de ajuda com crédito direcionado, desoneração tributária e compras públicas para setores mais afetados pela sobretaxa de 50% aplicada pelos EUA.
Na primeira semana após a aplicação da sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos, o governo brasileiro se concentra em dois pilares fundamentais: a divulgação dos dados de impacto econômico e a finalização do plano de contingência emergencial.
Fontes do setor indicam que o pacote será oficialmente anunciado entre segunda (11) e terça-feira (12). O programa prevê a concessão de linhas de crédito especiais para empresas mais expostas às exportações ao mercado americano, bem como a postergação de tributos federais por até dois meses, visando aliviar o fluxo de caixa das indústrias afetadas.
A ação também inclui um papel ativo do setor público na dinâmica econômica: o governo deverá adquirir produtos de setores críticos, como alimentos perecíveis — frutas, legumes, pescados —, para abastecer merenda escolar, restaurantes populares e programas assistenciais. Essa medida visa evitar perdas na ponta agrícola e gerar alívio imediato para produtores.
Segundo o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, o foco não é retaliar os Estados Unidos, mas sim preservar empregos e empresas estratégicas do Brasil, com base em soluções que promovam ganhos mútuos em vez de confrontação unilateral. Ele enfatizou ainda a necessidade de ampliar o número de setores que sejam excluídos da sobretaxa, reforçando o caráter seletivo e técnico do plano.
Simultaneamente, o governo está compilando os primeiros dados sobre o impacto da sobretaxa nos principais indicadores econômicos — como exportações, câmbio, inflação e produção industrial — para uma avaliação precisa e transparente da situação. O objetivo é balizar as ações futuras e informar a sociedade e o setor produtivo sobre o cenário real.