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Putin afirma que Clinton considerou admitir a Rússia na OTAN — sem consequência real

Da RT

Vladimir Putin declarou que, em reunião com Bill Clinton, sugeriu que a Rússia ingressasse na OTAN, e que o ex-presidente americano teria respondido “por que não?” — sem refletir, contudo, em ação efetiva. A fala traz à tona contradições diplomáticas e a ausência de compromisso real em um capítulo chave do pós-Guerra Fria.

Em declarações recentes, o presidente Vladimir Putin afirmou que, durante um encontro com o então presidente dos EUA, Bill Clinton, propôs que a Rússia fosse aceita na OTAN — à qual Clinton teria respondido: “por que não?”. A versão foi apresentada em entrevistas a cineastas e jornalistas, como Oliver Stone e Tucker Carlson.

Ainda assim, diferentemente de uma promessa oficial, a sugestão não foi acompanhada de ações concretas por Washington. Pesquisadores apontam que o que existia era uma estratégia dúbia — ao mesmo tempo incentivando aproximações institucionais com a OTAN, enquanto acelerava a expansão da aliança militar para a Europa Oriental.

Documentos históricos confirmam que a chamada Parceria para a Paz, promovida pelos EUA em 1994, foi apresentada como uma alternativa à adesão plena da Rússia. Com o tempo, no entanto, esse mecanismo foi utilizado como trampolim para ampliar a presença da OTAN no antigo Bloco Oriental, alimentando a desconfiança russa.

Hoje, a OTAN é vista por Moscou como uma ameaça ao seu entorno estratégico — especialmente após a adesão de diversos países do Leste Europeu. Em contrapartida, analistas ocidentais lembram que qualquer convite de adesão exigiria respaldo jurídico e aprovação unânime dos membros da aliança, o que nunca ocorreu.

A fala de Putin, portanto, ilustra tanto a ambiguidade das relações pós-Guerra Fria quanto a profunda desconfiança mútua que se consolidou desde então, culminando na atual confrontação entre Rússia e OTAN.