Atitude Popular

Radicalização de Tarcísio aumenta rejeição e pode minar apoio para 2026”

Da Redação

A guinada de Tarcísio de Freitas ao bolsonarismo radical está gerando afastamento de eleitores moderados e ameaçando sua consolidação como opção eleitoral em 2026, sugerem pesquisas e analistas.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem se aproximado das pautas mais radicais do bolsonarismo, especialmente com ataques ao STF e defesa de anistia a envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. A estratégia, no entanto, acende sinais de alerta em seu entorno político, já que pesquisas recentes indicam crescimento da rejeição entre eleitores moderados, colocando em risco sua pretensão nacional em 2026.

Segundo o cientista político Antonio Lavareda, diretor do Ipespe, Tarcísio ganhou terreno na direita — hoje é o principal nome da ala conservadora após Bolsonaro, com cerca de 14% das intenções de voto, superando figuras como Romeu Zema, Ratinho Jr. e Ronaldo Caiado. Mas Lavareda avalia que esse posicionamento ideológico extremo — pensado para agradar ao “coração da família Bolsonaro” — foi “errado na dose” e acabou gerando “contencioso político-institucional” prejudicial a sua imagem eleitoral.

Pesquisa da Quaest, divulgada em setembro, mostra que a maioria dos eleitores de direita preferiria Michelle Bolsonaro como candidata em 2026 — sinal claro de que Tarcísio pode estar afastando parte de sua própria base. Já a pesquisa Datafolha de julho revelou que 61% dos eleitores rejeitam a eleição de alguém que apoie anistia a Bolsonaro, revelando maior sensibilidade popular à polarização extrema.

Outra dimensão do problema é a percepção de que Tarcísio está exagerando na radicalização: a diretora do Ipsos-Ipec, Márcia Cavallari, destacou que, embora o eleitorado penda para a direita, essa tendência não significa afinidade com discursos extremistas ou ataques antidemocráticos — muito pelo contrário, tais posturas podem alienar eleitores moderados ou desencantados com a instabilidade institucional.

Por fim, o marqueteiro do PSDB Marcelo Vitorino opinou que, com o tempo, temas como o “tarifaço” ou os ataques ao STF tendem a perder força — o que poderia mitigar o dano à imagem de Tarcísio. Contudo, ele reforça que o alinhamento com o bolsonarismo parece uma estratégia de curto prazo, que pode custar popularidade na campanha futura.