Da Redação
Com sanções endurecidas, Brasil se junta ao coro mundial que acusa Israel de genocídio em Gaza. Países históricos mudam postura diplomática, endurecem sanções e pressionam para fim imediato da ofensiva israelense
O cenário geopolítico mundial sofreu um abalo sísmico nesta primeira semana de agosto de 2025. A ofensiva militar de Israel contra Gaza, caracterizada por organizações internacionais como genocídio, provocou uma reação sem precedentes de diversas potências globais e nações do Sul Global. O cerco, que já matou mais de 35 mil palestinos, devastou a Faixa de Gaza e ampliou a corrida expansionista israelense, resultando em condenações formais por violações dos direitos humanos e crimes contra a humanidade.
No coração da Europa, Reino Unido e França romperam com décadas de diplomacia ambígua e anunciaram que reconhecerão oficialmente o Estado Palestino durante a Assembleia Geral da ONU, marcada para setembro. O governo britânico, sob liderança de Keir Starmer, afirmou que o reconhecimento será um “ato de justiça histórica” e condicionou a medida ao fim imediato da ofensiva israelense, à liberação de reféns e à retomada de negociações pela solução de dois Estados. Em Paris, Emmanuel Macron seguiu na mesma linha, alegando que a França não pode mais ser cúmplice do que classificou como “política de limpeza étnica em Gaza”.
A movimentação europeia ecoa as decisões tomadas recentemente na Cúpula de Bogotá, onde 32 países, em sua maioria latino-americanos, africanos e asiáticos, firmaram uma aliança diplomática contra Israel. Desse grupo, 12 nações já anunciaram o bloqueio de exportações de armamentos e a suspensão de acordos comerciais com empresas ligadas à ocupação israelense, além de apoio irrestrito à jurisdição universal para julgar os responsáveis pelos crimes de guerra.
O Brasil, que já havia aderido à ação da África do Sul no Tribunal Internacional de Justiça, decidiu endurecer sua política externa. O Itamaraty anunciou novas sanções contra empresas israelenses, restrições comerciais e o congelamento de acordos bilaterais. No Congresso, cresce a pressão de parlamentares e movimentos sociais para que o governo corte relações diplomáticas com Tel Aviv, classificando Israel como um “Estado genocida e apartheid”. O chanceler brasileiro afirmou que o Brasil não aceitará ser cúmplice de crimes contra a humanidade e que o governo acompanhará de perto os desdobramentos na ONU.
Em Israel, a escalada de denúncias ganhou ainda mais peso após organizações locais como B’Tselem e Médicos pelos Direitos Humanos se pronunciarem publicamente afirmando que o governo Netanyahu está cometendo genocídio deliberado em Gaza. Esse gesto inédito acirrou a pressão interna, enquanto as ruas de Tel Aviv e Jerusalém se encheram de manifestações contrárias à guerra, com milhares de israelenses exigindo um cessar-fogo imediato e a renúncia do primeiro-ministro.
Na ONU, um relatório especial da Comissão de Direitos Humanos alertou que mais de 1.300 palestinos morreram apenas em tentativas de buscar alimentos nos últimos meses, fruto direto do bloqueio total imposto por Israel. A ajuda humanitária lançada por via aérea foi classificada como “cosmética e ineficiente”, agravando a crise humanitária sem precedentes.
Organizações da sociedade civil e juristas internacionais articulam um novo movimento global para responsabilizar empresas e governos que colaboram com a economia de ocupação israelense. As ações incluem campanhas de boicote, processos judiciais e pressão sobre organismos multilaterais para suspenderem Israel de fóruns internacionais até o fim da ocupação e a criação de um Estado Palestino soberano.
A conjuntura atual representa uma inflexão histórica: pela primeira vez, grandes potências europeias e blocos de países emergentes convergem em uma ofensiva diplomática robusta contra Israel. A continuidade dessa pressão pode definir os rumos da causa Palestina nos próximos meses, enquanto cresce o isolamento internacional do governo israelense.