Da Redação
Ministro da Casa Civil esclarece que o presidente Lula requisitou estudos sobre tarifa zero no transporte público, mas que até agora não há nada concreto ou em curso; projeto é visto com cautela entre prefeitos e estados.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta quarta-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou estudos sobre a implantação da tarifa zero no transporte público, mas que até o momento “não há nada programado” para executar essa medida. A declaração interrompeu rumores de ação iminente e sinaliza que o tema permanece em fase inicial.
Para Rui Costa, a solicitação de estudos é parte do esforço do governo em explorar alternativas para aliviar o custo de vida nas cidades e responder à pressão social sobre a alta do transporte urbano, especialmente para população de baixa renda. Ele ponderou que a transição para tarifa zero envolve desafios estruturais, orçamentários e organizacionais que exigem análise aprofundada antes de qualquer implementação.
O ministro também afirmou que não há cronograma ou projeto de lei em tramitação no governo federal que trate diretamente dessa medida — o que afasta expectativas imediatas em capitais e municípios. Em declarações à imprensa, ele reforçou que a iniciativa não está descartada, mas que só será considerada com segurança técnica e planejamento de impacto financeiro.
A repercussão da fala de Rui Costa foi imediata entre prefeitos e governadores: alguns magistrados municipais haviam demonstrado entusiasmo com a possibilidade de obter subsídios federais para compensar queda de receita tarifária; outros expressaram preocupação pela pressão orçamentária sobre estados que já enfrentam desequilíbrios. Entre prefeitos de grandes cidades, o discurso foi de “aguardar clareza”, pois sem definição de fontes de financiamento, a medida poderia se tornar inviável ou até recessiva para mobilidade urbana.
Especialistas em transporte urbano lembram que tarifa zero pode ser interessante como política de estímulo social e ambiental, mas dependente de mecanismos sólidos de compensação — seja por dotação orçamentária, subsídios estaduais ou parcerias público-privadas. Sem essas garantias, o risco é que sistemas de transporte sofram colapso ou déficit de qualidade.
Em suma, a fala de Rui Costa mostra que, embora a tarifa zero esteja no radar do governo, ela ainda vive no campo das intenções e dos estudos: para avançar, exigirá debates técnicos, pactos federativos e alinhamento político com municípios e estados.