Atitude Popular

Rui Costa diz que diálogo Lula-Trump abre nova fase nas relações Brasil-EUA

Da Redação

O ministro da Casa Civil avalia que a recente conversa entre Lula e Trump simboliza o fim das tensões e o recomeço de uma diplomacia pautada por respeito mútuo e cooperação.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta quarta-feira que o diálogo entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump inaugura uma nova etapa nas relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. Segundo ele, o telefonema trocado entre os dois chefes de Estado marca o fim de um período de animosidade e o início de um reordenamento com base no interesse comum.

Em entrevista a uma emissora de rádio, Rui Costa definiu o contato de cerca de 30 minutos como um “ponto de partida” para retomar um relacionamento institucional sem hostilidades. Ele relembrou que o Brasil e os EUA compartilham mais de 200 anos de tradição diplomática e comercial e que não faz sentido prolongar agressões políticas que, segundo ele, causaram ruídos recentes.

Na visão do ministro, o gesto de aproximação demonstra o desejo do governo de reconstruir pontes com Washington. Ele afirmou que o Brasil não pretende “confusão com ninguém”, desejando cultivar amizade, negócios e parcerias com todas as nações. O cenário de retomada, segundo Rui Costa, depende agora de negociações estruturadas e seminários diplomáticos que consolidem o novo tom.

O contato entre Lula e Trump também já gerou movimentações mais práticas: a equipe brasileira designou os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) e Fernando Haddad (Fazenda) como interlocutores nas tratativas que virão. Do lado norte-americano, o secretário de Estado Marco Rubio foi indicado como interlocutor direto — escolha que sinaliza o compromisso de formalizar os canais do diálogo.

Rui Costa indicou que entre os temas em debate estará a revisão de sanções econômicas e restrições impostas a autoridades brasileiras. Ele sustentou que tais medidas não condizem com a trajetória histórica das relações entre os dois países e que o telefonema permite “ser otimistas” quanto a uma volta à mesa de negociações.

A declaração do ministro reflete a estratégia do governo Lula de reposicionar o Brasil como ator diplomático pragmático, capaz de combinar retórica assertiva com interlocução estratégica. No entendimento da equipe governamental, o contato pessoal entre os presidentes funciona simbolicamente como um restart diplomático — mas com impacto concreto, dado o peso das trocas comerciais, investimentos e políticas tecnológicas entre as nações.

Por outro lado, o gesto se insere em contexto de expectativa pesada: analistas monitoram com cautela como será a disposição efetiva dos EUA para recuar tarifas, flexibilizar bloqueios e reativar cooperação. Do Brasil, aguardam-se sinais de firmeza para evitar que concessões excessivas gerem arrependimento político. A interlocução iniciada, portanto, é bem-vinda, mas ainda precisa ser consolidada em resultados.

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