SRTEs e SENAES mostram como o serviço público sustenta políticas de economia solidária e fortalece a participação social
Na semana em que se celebra o Dia do Servidor Público, a pauta da economia solidária ganhou rosto, história e números. Em 27 de outubro, o tema “Servidoras/es Públicas/os na Economia Solidária: a atuação das Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego” foi debatido no programa Bancos da Democracia (TV Atitude Popular), base desta reportagem. A conversa reuniu Mirtes Mota, do Núcleo de Economia Solidária da SRTE/CE, Jurandi Silvério Nepomuceno, do Núcleo de Economia Solidária da SRTE/RN, e Marta Veloso, chefe de gabinete da Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego, a SENAES/MTE.
O recado principal atravessa a conjuntura e desmonta estereótipos. “Sou servidora pública há quase 30 anos” e “nossa missão é servir ao público”, afirmou Marta Veloso, ao descrever o cotidiano de equipes pequenas que “raramente param nas oito horas”, mas permanecem porque “é gratificante ver o benefício para a sociedade”. Ao seu lado, Mirtes Mota, com 39 anos de serviço público federal, resumiu o norte do trabalho: “Nosso foco é fortalecer a economia solidária, contribuir para que cresça e alcance patamares melhores”. Do Rio Grande do Norte, Jurandi Silvério Nepomuceno sintetizou sua trajetória de 31 anos no Ministério do Trabalho e os efeitos de atuar no campo solidário: “Foi um resgate de mim mesmo”.
O que fazem as SRTEs na ponta
As falas revelam um serviço público que articula, abre caminhos e dá consequência institucional a lutas históricas. Nas SRTEs, os núcleos de economia solidária atuam na interlocução com fóruns e conselhos estaduais, incubadoras universitárias, órgãos de governo e organizações da sociedade civil. Jurandi detalhou o caso potiguar, referência nacional pela capilaridade das parcerias e pela integração entre Estado, universidades e movimento social. Ele citou ainda o avanço das finanças solidárias no território, inclusive a criação de moeda social municipal em Lagoa de Salgada, e explicou que o papel das SRTEs é somar desenho de política, mapeamento e apoio técnico para que as iniciativas saiam do papel e se mantenham vivas.
No Ceará, Mirtes retomou a linha do tempo. Desde 2003, quando a política federal de economia solidária começou a se estruturar, as então delegacias regionais do trabalho se engajaram na agenda. “É uma grande alegria trabalhar com o público e com quem constrói a alternativa todos os dias”, disse. O núcleo cearense participa de fóruns, de processos formativos e de iniciativas de fortalecimento produtivo, sempre com a bússola voltada à autonomia dos empreendimentos.
SENAES e o desafio da reconstrução
A recriação da SENAES dentro do MTE, em 2023, recolocou no centro a necessidade de institucionalidade e de servidores comprometidos. Marta Veloso apontou o déficit de pessoal e a sobrecarga como gargalos reais, mas enfatizou a disposição de seguir. “Equipes pequenas não podem ser desculpa para atrasar políticas. Por isso a entrega muitas vezes passa do horário. Vale a pena quando o resultado chega na ponta”, disse. O quadro revela por que a estabilidade e a formação pública importam para políticas que exigem continuidade, memória técnica e coordenação interministerial.
Economia solidária como política de Estado
O debate reforçou a ideia de que a economia solidária não é apêndice nem moda passageira. É política de desenvolvimento com trabalho decente, finanças solidárias, compras públicas e educação popular. Quando as SRTEs articulam conselhos, fóruns, universidades e prefeituras, constroem as condições de escala e permanência. E quando a SENAES organiza normativos, programas e parcerias, transforma experiências em diretrizes de governo.
O fio comum que atravessa as narrativas é a responsabilidade pública. “Nosso foco é fortalecer a economia solidária”, reiterou Mirtes. “Articulamos com grandes entes para dar consequência às ações”, completou Jurandi. No topo e na base, a mesma ideia retorna como princípio e como prática. “Servir ao público é nossa missão”, disse Marta, frase que traduz a ética do serviço e a razão de existir de uma política que depende de Estado, sociedade e servidores vocacionados.
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