Da Redação
O STF condenou Carla Zambelli a 5 anos e 3 meses de prisão pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com uso de arma em via pública, por iniciativa da parlamentar durante perseguição a um jornalista em São Paulo.
O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria contundente — com placar de 9 a 2 — e condenou a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) à pena de 5 anos e 3 meses de reclusão por dois crimes graves: porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo. O julgamento ocorreu em plenário virtual finalizado nesta sexta-feira, 22 de agosto de 2025. A parlamentar foi alvo de críticas pela ação ocorrida em São Paulo, em 2022, quando sacou sua arma e perseguiu o jornalista Luan Araújo às vésperas do segundo turno eleitoral.
A condenação foi liderada pelo relator do caso, ministro Gilmar Mendes, e contou com apoio dos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Edson Fachin, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso — um governo de força para reforçar a lição de que o uso de arma para intimidação política não será tolerado.
Houve duas divergências isoladas: o ministro Kassio Nunes Marques votou pela absolvição em ambos os crimes, alegando atipicidade no porte e prescrição do constrangimento ilegal; e o ministro André Mendonça absolveu Zambelli apenas do porte ilegal por considerar que sua autorização estava regular, mas manteve a condenação por constrangimento ilegal, fixando pena de 8 meses em regime aberto.
Essa é a segunda condenação da parlamentar no STF: em junho, ela foi sentenciada a 10 anos de prisão pela invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ação em que colaborou com hacker para emitir mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. Zambelli fugiu do país para a Itália após essa condenação, onde foi recentemente presa em Roma.