Atitude Popular

STF inicia julgamento histórico de Bolsonaro e aliados por trama golpista

Da Redação

O Supremo Tribunal Federal (STF) abre nesta terça-feira (2) um julgamento inédito envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete aliados, acusados de arquitetar uma tentativa de golpe de Estado. O caso — considerado divisor de águas para a democracia — promete repercutir de forma decisiva no cenário político e eleitoral de 2026.

Em um momento sem precedentes da história democrática brasileira, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começa, nesta terça-feira (2), um julgamento com potencial de redefinir os limites do poder republicano. O ex-presidente Jair Bolsonaro e sete de seus principais aliados — identificados como núcleo central da trama — serão julgados por suposta tentativa de golpe de Estado.

As sessões estão agendadas para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro, com horários que incluem manhã e tarde em alguns dias. A ordem de trabalho foi definida por Cristiano Zanin, presidente do colegiado, que abrirá os debates, seguido pela leitura do relatório pelo relator Alexandre de Moraes, sem limite definido de tempo. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentará a acusação em sustentação oral, com tempo potencialmente ampliado, a ser decidido por Zanin.

A denúncia da Procuradoria-Geral da República foi estruturada em quatro núcleos, sendo o primeiro — o chamado núcleo crucial — formado por Bolsonaro e os réus mais diretamente envolvidos, e o foco desta etapa. As alegações finais da denúncia já foram apresentadas, e a expectativa é de desfecho ainda neste ano.

Este julgamento representa a primeira vez que um STF brasileiro avalia judicialmente atos que configuram uma tentativa de ruptura institucional. A profundidade do processo e sua cobertura — com mais de 500 jornalistas credenciados, incluindo 66 estrangeiros — reforçam sua magnitude.

O segredo do voto do relator Alexandre de Moraes aumentou a tensão política: ele optou por manter sua posição reservada até a sessão plenária, limitação que aumenta o suspense e impede ensaios de acordo antecipado entre ministros da turma — Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.