Atitude Popular

Tarifas de 50% de Trump começam a valer hoje

Da Redação

Medida entra em vigor nesta quarta (6), com sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros nos EUA; governo prepara pacote de socorro econômico para setores vulneráveis.

Nesta quarta-feira, 6 de agosto de 2025, entram em vigor as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre importações brasileiras. A medida havia sido anunciada por Trump no fim de julho e oficialmente formalizada por decreto no dia 30. Os Estados Unidos justificam a decisão por supostas violações aos direitos humanos no Brasil e questionamentos ao STF, sobretudo relacionados ao caso Bolsonaro.

A sobretaxa consiste no acréscimo de 40 pontos percentuais sobre a alíquota básica de 10%. Embora seja elevada, a medida não foi aplicada a cerca de 36% das exportações brasileiras, já que aeronaves, fertilizantes, suco de laranja, entre outros produtos estratégicos, foram declarados como exceções. A tarifa foi programada para começar à 1h01 do horário da costa Leste dos EUA, o que corresponde à madrugada de 6 de agosto para o Brasil.

O governo brasileiro já sinalizou medidas emergenciais para mitigar os impactos econômicos. Um pacote de apoio será implementado com crédito subsidiado, prorrogação de dívidas e suporte à folha de pagamento. Estima-se que cerca de 10 mil empresas estejam diretamente expostas. Especialistas alertam, porém, que os efeitos da tarifa devem ser sentidos de forma desigual, afetando regiões mais frágeis, como o Nordeste.

O Banco Central reforçou sua política cautelosa e reafirmou o compromisso de manter juros elevados por tempo prolongado, como forma de ancorar expectativas inflacionárias. A instituição destacou a necessidade de controles rígidos diante de um cenário externo mais adverso.

Especialistas também recomendam que o Brasil intensifique estratégias de diversificação comercial. A China, que já responde por cerca de 28% das exportações brasileiras, aparece como principal parceira alternativa aos EUA. A União Europeia também surge como destino importante para produtos que antes dependiam do mercado norte-americano, como café e frutas.

O cenário político se intensifica com o agravamento da tensão entre os dois países. O ex-presidente Bolsonaro, hoje em prisão domiciliar, segue sendo apoio informal de Trump, que acusou o STF de conduzir uma “caça às bruxas”. Bolsonaro pediu intervenção contra sua prisão, o que complicou ainda mais o diálogo comercial entre Brasil e EUA.