Da Redação
Em Porto Velho, a ministra Simone Tebet destacou a importância estratégica da China como principal destino das exportações brasileiras e defendeu o avanço na integração logística com a Ásia, sem desconsiderar os Estados Unidos.
Em Porto Velho (RO), a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, declarou que os Estados Unidos não podem se enganar, pois o maior parceiro comercial do Brasil atualmente é a China, seguida da Ásia como conjunto prioritário. A fala ocorreu dois dias após a entrada em vigor da sobretaxa de 50% aplicada pelos EUA a produtos brasileiros.
Tebet ressaltou que, embora o Brasil valorize o multilateralismo e mantenha interlocução com os Estados Unidos como parceiro econômico, é preciso reconhecer o peso crescente da Ásia no comércio externo brasileiro. Ela destacou também que, caso a América do Sul fosse considerada um país único, seria o segundo maior parceiro comercial do Brasil, superando os EUA.
Outro ponto mencionado foi a iniciativa conjunta com a China para viabilizar um corredor férreo bioceânico, conectando o Brasil ao Oceano Pacífico via o Porto de Chancay, no Peru. Tebet enfatizou que essa ferrovia, pioneira em sua proposta, “ligará os dois oceanos”, reforçando throughput e eficiência logística rumo à Ásia.
Segundo dados oficiais, os Estados Unidos são atualmente o segundo maior destino das exportações brasileiras, com compras equivalentes a aproximadamente US$ 40,4 bilhões em 2024.
A fala de Tebet surge em meio a um contexto econômico global marcado por tarifas protecionistas dos EUA, que, ao elevar taxas em até 50%, geram tensões diplomáticas e sensíveis impactos ao agronegócio e às exportações brasileiras. Nesse contexto, a integração logística e a diversificação de mercados — como a Ásia via China — ganham ainda mais relevância.
Além disso, a ministra defende que o Brasil deve continuar “fazendo o dever de casa”, fortalecendo infraestrutura e integração regional, como parte de uma agenda de resiliência econômica.