Atitude Popular

Três ministros do STF articulam apoio a Rodrigo Pacheco para vaga no Supremo

Da Redação

Nos bastidores do poder em Brasília, três ministros do Supremo Tribunal FederalGilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Flávio Dino — estariam se mobilizando em torno do nome do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), como candidato ideal para ocupar a próxima vaga aberta na Suprema Corte.

As conversas, conduzidas de forma reservada, refletem o movimento de recomposição de forças internas no STF, em meio à aposentadoria de ministros experientes e à expectativa sobre quem será o sucessor de Luís Roberto Barroso, que deixará a presidência do Tribunal em breve.

A movimentação ocorre em paralelo ao debate público sobre o perfil político e jurídico que deve prevalecer na nova composição da Corte, e traz consigo implicações diretas na relação entre os Três Poderes — especialmente no equilíbrio de poder entre o Judiciário, o Legislativo e o Executivo.


A construção de um nome de consenso

Fontes próximas ao STF e ao Senado afirmam que Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Flávio Dino têm articulado silenciosamente para construir uma base de apoio a Rodrigo Pacheco, considerado por eles um nome de centro institucional, conciliador e previsível.

A leitura interna é de que o Senado e o Supremo precisam de uma ponte política estável, capaz de proteger as instituições de uma nova onda de ataques autoritários e de discursos de extrema-direita.

A presença de Pacheco na Corte, na avaliação desses ministros, garantiria previsibilidade institucional e diálogo direto com o Congresso, algo que tem sido cada vez mais relevante diante da polarização política e da pressão de grupos radicalizados contra o Judiciário.


O contexto da sucessão e a disputa de bastidores

A movimentação ocorre em um momento sensível: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não confirmou quem indicará para a próxima vaga no STF, e mantém o nome de Jorge Messias, advogado-geral da União, como o favorito dentro do governo.

Messias é visto como um jurista técnico e leal ao projeto político de Lula, o que gera resistência entre setores do centrão e também entre alguns magistrados que preferem um nome de perfil mais “institucional” do que “governista”.

Nos bastidores do Planalto, a informação é de que Lula não pretende ceder à pressão — nem de setores do Congresso, nem de ministros do Supremo — e reafirmou que sua prioridade é indicar alguém alinhado ao compromisso com a democracia, a justiça social e os direitos fundamentais.


A disputa política por influência no Supremo

A campanha silenciosa em torno de Pacheco revela o jogo de forças que define o destino da mais alta Corte do país.
De um lado, há ministros que defendem a presença de um nome “conciliador”, com trânsito político e sem histórico de confronto com o Congresso.
De outro, há quem argumente que o STF precisa de um perfil mais técnico e independente, capaz de consolidar a imagem da Corte como guardiã da Constituição e não como arena de acordos políticos.

O nome de Rodrigo Pacheco, que nos últimos anos consolidou imagem de moderação e equilíbrio entre as instituições, agrada a setores conservadores do Congresso e também a parte do empresariado. Contudo, ele enfrenta resistência dentro do PT e de movimentos sociais, que o veem como expressão do “velho centrão” — uma política de conciliação que muitas vezes acaba neutralizando pautas progressistas.


Gilmar, Moraes e Dino: a tríade de influência

As movimentações de Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Flávio Dino não são vistas como mera coincidência.
Os três compartilham uma visão pragmática sobre a relação entre o Supremo e o sistema político: acreditam que a estabilidade institucional depende da coexistência de forças moderadas.

Gilmar Mendes, decano informal da Corte, busca preservar um equilíbrio interno após anos de tensão com setores do bolsonarismo e com alas mais ideológicas do Judiciário.
Alexandre de Moraes, por sua vez, é visto como um dos articuladores mais hábeis entre os Poderes e estaria interessado em manter um ambiente de diálogo e previsibilidade política no pós-Barroso.
Já Flávio Dino, que ingressou recentemente no STF após deixar o Ministério da Justiça, reforça a tese de que o Supremo deve se manter como pilar de estabilidade democrática, mesmo diante de um cenário político volátil.


A posição do Planalto

Apesar da pressão e das conversas nos bastidores, Lula tem se mostrado firme na defesa de sua autonomia. Assessores palacianos afirmam que o presidente não aceita interferência na escolha do novo ministro, e que, embora respeite a opinião dos magistrados, tomará a decisão com base em critérios de confiança e compromisso com o projeto de reconstrução nacional.

Para Lula, o Supremo precisa manter-se independente da política partidária, mas também sensível à realidade social do país, em um momento em que a democracia brasileira continua sendo alvo de ameaças diretas.


O que está em jogo

Mais do que um nome, o que está em disputa é o rumo do STF para a próxima década.
A escolha do próximo ministro influenciará julgamentos decisivos sobre temas como regulação de plataformas digitais, políticas climáticas, soberania nacional, proteção de dados e o papel do Estado na economia.

Uma Corte com perfil mais técnico e progressista pode fortalecer a pauta democrática do governo. Já uma Corte mais política e negociadora tende a consolidar a influência do centrão jurídico, reduzindo o espaço para transformações estruturais.

No tabuleiro de Brasília, cada gesto, silêncio ou telefonema é interpretado como movimento estratégico.
E, por ora, o nome de Rodrigo Pacheco segue sendo testado, avaliado e comentado nos corredores da República — como uma possibilidade real, mas ainda distante de um consenso.