Da Redação
Presidente dos EUA declara publicamente que engajou a aliança, suscitando debates sobre dependência e postura autocrática no seio da OTAN.
Nesta quarta-feira, Donald Trump declarou que os líderes da OTAN agora “fazem tudo o que eu quero”, atribuindo à sua liderança o alinhamento total da aliança com sua agenda internacional. A declaração ocorre em meio à aprovação de metas históricas de gastos com defesa — até 5% do PIB até 2035 — que aliados se comprometeram a seguir seguindo pressões diretas de Washington.
Em entrevistas recentes e publicações públicas, o presidente americano creditou sua estratégia de política externa por reorientar países europeus à sua visão, afirmando que sua postura rígida impôs disciplina financeira aos aliados. A abordagem favoreceu um aumento expressivo nos investimentos na indústria militar dentro da OTAN, atendendo aos objetivos de segurança demandados pelos EUA.
Apesar da retórica assertiva, críticos alertam que o modelo de “barganha diplomática pessoal” de Trump fragiliza a dinâmica colegiada da OTAN. Já durante a cúpula de Haia em junho, líderes europeus cederam espaço em debates formais para evitar confrontos diretos, enquanto o secretário-geral Mark Rutte foi às redes elogiar publicamente Trump pelos avanços nas metas de defesa — gesto que alguns atribuem a apelo político mais que institucional.
Especialistas destacam que essa lógica personalista compromete princípios básicos da aliança, como o consenso democrático e a independência dos órgãos decisórios. O temor entre diplomatas é que a OTAN passe de coalizão de Estados soberanos a plataforma subordinada a interesses unilaterais, minando sua credibilidade externa e a coesão interna.
