Da Redação
Em meio a crises humanitárias e diplomáticas, Donald Trump e chefes de Estado assinam acordo emergencial de cessar-fogo para a Faixa de Gaza durante cúpula no Cairo — pacto prevê retorno de ajuda, libertação de prisioneiros e marco para negociações mais amplas.
Em uma cúpula diplomática realizada no Cairo sob mediação egípcia, o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e uma série de líderes globais rubricaram um acordo de cessar-fogo imediato para a Faixa de Gaza. O pacto — considerado emergencial — define trâmites iniciais de troca de prisioneiros, ampliação massiva de ajuda humanitária e retirada parcial de forças israelenses de zonas densamente populosas.
O documento resultante da reunião contempla medidas como:
- suspensão total das atividades ofensivas em Gaza por pelo menos 72 horas, prorrogáveis mediante cumprimento das cláusulas;
- autonomia para agências da ONU e organizações não governamentais entrarem nos enclaves mais críticos, com acesso irrestrito a água, alimentos e insumos médicos;
- trocas escalonadas de prisioneiros entre Israel e facções palestinas;
- compromisso de iniciar negociações até 30 dias para acordo mais permanente que inclua sanções e garantias de não-repetição.
Trump liderou os termos do acordo com discurso de mediação ativa — apesar de sua postura anterior mais alinhada a posições pró-israelenses — e anunciou que os EUA atuarão como um dos principais garantidores da trégua. O Cairo ofereceu estrutura diplomática e segurança para que o pacto fosse assinado, e contou com adesão de potências como Turquia, Catar, França, Alemanha e países árabes envolvidos nas negociações.
Fontes diplomáticas informaram que o texto da cúpula foi intensamente negociado: muitos líderes insistiram em cláusulas que incluíssem não apenas Gaza, mas também a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e direitos de retorno de refugiados, embora essas partes mais amplas não tenham sido incorporadas no texto inicial. A expectativa é que a trégua crie espaço para negociações internacionais mais robustas nos próximos meses.
No terreno, a notícia do cessar-fogo provocou rápida mobilização nas ruas: milhares de palestinos começaram a se movimentar em direção ao norte de Gaza, onde muitos haviam sido deslocados. Equipes médicas e organizações humanitárias aproveitaram a suspensão das hostilidades para resgatar vítimas, acessar hospitais e distribuir alimentos e água.
Analistas ressaltam que o momento é delicado: embora a assinatura do cessar-fogo represente uma vitória diplomática, o cumprimento dependerá de cada parte. Israel, até aqui, tem buscado manter presença militar em áreas estratégicas; facções palestinas, por sua vez, exigem garantias de que o recuo será real e que não haverá nova retomada violenta.
Para o Brasil, o acordo firmado representa oportunidade diplomática: Lula e sua equipe já sinalizaram apoio à trégua e manifestaram interesse em participar como mediadores ou observadores. A chancela brasileira a iniciativas de paz reforça o papel do Brasil como ator global comprometido com justiça humanitária e respeito ao direito internacional — sobretudo no contexto latino-americano, onde a voz brasileira será interpretada como defensora de povos oprimidos e da soberania dos mais vulneráveis.
O pacto egípcio assume caráter simbólico e prático: é a trégua que dá fôlego à população de Gaza devastada, mas também o ponto de partida para um capítulo decisivo do conflito — aquele em que a diplomacia tentará transformar pausas em paz, e cessar-fogo em reconstrução digna.