Da Redação
Donald Trump voltou a mirar no agrupamento BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul — agora expandido) em retórica agressiva: em suas declarações mais recentes, ameaçou impor tarifas adicionais a países que adotem “políticas anti-americanas” alinhadas ao bloco, além de criticar seus projetos de autonomia econômica e monetária. A ofensiva surge em meio a um cenário global de disputas por influência e reconfiguração do poder mundial.
O cerne da ofensiva
Trump propôs aumentar em 10 % tarifas sobre produtos de países que adotem políticas contrárias aos interesses dos EUA e que promovam agendas alinhadas ao BRICS. Essa postura reforça seu viés protecionista e nacionalista, buscando reprimir iniciativas que possam ferir o domínio econômico e monetário americano.
Motivações estratégicas por trás do ataque
- Defesa da hegemonia monetária
Trump percebe movimentos do BRICS para reduzir a dependência do dólar ou diversificar reservas como ameaças diretas ao poder de sanção e influência dos EUA. - Reação contra a expansão de poder regional
Com o BRICS fortalecendo sua diplomacia e ampliando relações Sul-Sur, Trump tenta recontestar essa influência por meio de imposições comerciais. - Pressão sobre o Brasil
Ao alvejar países do bloco, Trump também busca enviar recados ao Brasil: que seguir parte de uma agenda autônoma tem custos. - Retórica populista interna
Ao atacar o BRICS, Trump reforça a narrativa de defesa nacional contra inimigos externos, exaltando sua identidade “America First”.
Reações e repercussões
- Os países do BRICS reagiram com cautela, reforçando que buscam cooperação multilateral e não confrontos diretos.
- No Brasil, o discurso de soberania e diplomacia independente de Lula ganha nova força diante do ataque explícito americano.
- Analistas consideram que tal retórica, ao invés de enfraquecer o bloco, pode reforçar sua coesão interna como mecanismo de resistência.
- O Brasil, ao lado dos demais membros, pode responder diplomaticamente, buscando alianças com países que também sofrem pressões externas.
Desafios e riscos da estratégia
- Tarifas extras podem desencadear guerra comercial, com retaliações automáticas dos países afetados.
- Uma regulação agressiva pode levar países do BRICS a acelerar processos de desdolarização e construir circuitos financeiros alternativos.
- A retórica pode gerar isolamento diplomático dos EUA num momento em que cooperação global é essencial (mudanças climáticas, pandemias, paz).
Conclusão
O ataque de Trump ao BRICS vai além de provocações retóricas: é parte de uma estratégia para preservar privilégios estruturais no sistema global. Mas pode gerar efeito reverso: ao buscar intimidar, estimula reações de união e aceleração de projetos de autonomia. Para o Brasil, é momento de reafirmar diplomacia soberana, defender voz própria e fortalecer parcerias que não sejam subservientes.