Da Redação
Caracas denuncia incursão de caças americanos sobre sua costa e anuncia exercícios militares como medida de defesa, destacando decreto de “comoção exterior” e mobilização organizada da FANB.
A Venezuela respondeu nas últimas horas às ações militares dos Estados Unidos: o governo anunciou que mobilizará as Forças Armadas e promoverá exercícios defensivos como resposta ao que classificou como uma provocação e violação de sua soberania. O episódio marca nova escalada na tensão entre os dois países, com implicações regionais que devem repercutir diplomaticamente.
Segundo comunicado oficial da Venezuela, ao menos cinco caças da Força Aérea dos EUA voaram próximo à costa venezuelana, cerca de 75 quilômetros marítimos do território venezuelano. O governo venezuelano qualificou os voos como uma provocação agressiva e afirmou que tal ação viola normas internacionais de aviação. Em resposta, Caracas acionou o decreto de “comoção exterior” — instrumento constitucional que concede poderes especiais ao Executivo para mobilizar forças e fortalecer defesa nacional em um contexto de ameaça externa.
O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, declarou que as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) e a Milícia Bolivariana irão participar de exercícios de “verificação organizacional”, com foco em prontidão, comunicação e coordenação territorial. O governo ressalta que não se trata de uma mobilização ofensiva, mas sim de medidas para reforçar a capacidade de dissuasão em face do que considera possíveis incursões estrangeiras.
Caracas também planeja apresentar denúncias diplomáticas em vários fóruns internacionais: à Organização das Nações Unidas (ONU), à Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) e à Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC). O país exige que Washington cesse imediatamente as operações aéreas “imprudentes e ameaçadoras” e reitere sua soberania territorial.
No plano interno, o decreto de comoção exterior permite ao governo adotar medidas excepcionais em defesa do território: reforço de patrulhas nas fronteiras marítimas, ocupação provisória de infraestruturas estratégicas e coordenação centralizada das unidades militares. Analistas já observam que o instrumento pode ser usado para justificar controle ampliado sobre mobilizações civis e operações de segurança durante o período de vigência.
As reações internacionais foram imediatas. Alguns países aliados manifestaram apoio à Venezuela e exigiram que os EUA esclareçam suas operações próximas ao Caribe. Já potências que mantêm relações com Washington acompanham o episódio com cautela, considerando o risco de escalada militar direta.
Em resumo: a Venezuela interpreta os voos de caças americanos como ato hostil e responde mobilizando suas forças, ativando mecanismos constitucionais de defesa e intensificando esforço diplomático. Resta observar até que ponto Washington recua, demonstra transparência ou mantém postura agressiva — e qual será o impacto desse confronto latente na estabilidade regional.