Atitude Popular

Genoíno: “Não adianta trocar nomes, tem que mudar estruturas”

Em entrevista ao programa Café com Democracia, José Genoíno defende ruptura com o sistema político atual e cobra giro à esquerda do governo Lula

Na edição do programa Café com Democracia, transmitido pela TV Atitude Popular e apresentado por Luís Regadas, o ex-deputado federal e histórico militante da esquerda José Genoíno fez uma análise contundente da conjuntura política brasileira, criticou a atuação do Congresso Nacional e defendeu um giro estratégico do governo Lula à esquerda. A entrevista foi marcada por falas incisivas sobre a crise institucional, o papel do Parlamento, o modelo econômico vigente e a urgência da mobilização popular.

“Quem serve a quem no Parlamento?”, questiona Genoíno logo no início, para em seguida responder: “O Parlamento brasileiro serve à oligarquia financeira, ao agronegócio e às big techs. Ele é fruto de uma aliança do mal entre o que há de mais moderno e o que há de mais atrasado na história do Brasil.”

Ao longo da conversa, o ex-deputado traçou uma linha crítica ao modelo de governabilidade adotado pelo governo Lula. Para ele, a aliança amplíssima construída desde 2022 se transformou em armadilha. “Esse modelo está batendo no teto. É preciso fazer enfrentamento, sair dos palácios e voltar às bases. O PT tem que voltar a ser o partido da luta”, afirmou.

Genoíno também criticou duramente a estrutura do sistema tributário brasileiro, que classificou como “escandaloso e injusto”. Segundo ele, sem pressão popular, a agenda econômica será ditada pelos interesses do mercado. “Se o governo não for às ruas, não usar a mídia popular, não chamar o povo para o debate, o ajuste fiscal vai sair do jeito que está: penalizando os pobres”, disse.

A entrevista trouxe ainda uma defesa explícita de rompimento diplomático com Israel e de maior protagonismo internacional do Brasil em defesa do povo palestino. “Não basta declarar que é genocídio. O governo brasileiro precisa romper relações e fazer da soberania da Palestina uma posição de Estado. A neutralidade do Itamaraty precisa ser superada”, afirmou.

Ao criticar o modelo do Banco Central independente e o papel exercido por Gabriel Galípolo, Genoíno ironizou: “Esse menino de ouro virou bezerro de ouro da Faria Lima”. Para ele, não se trata de trocar nomes, mas de enfrentar as estruturas que sustentam o poder financeiro no país.

No encerramento, o ex-deputado reforçou a necessidade de reconstruir os sonhos da esquerda. “Temos que recuperar a esperança. A luta popular é o único caminho. Não podemos aceitar a naturalização da barbárie. A esquerda tem que fazer guerra cultural, disputar corações e mentes, romper com o administrativismo e voltar a sonhar.”

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