Entrevista ao New York Times reforça a imagem de Lula como diplomata nato e voz de países emergentes.
Da Redação
Num momento de tensão com os EUA, Lula usou seu prestígio mundial para reafirmar autonomia do Brasil e transmitir segurança sem confrontos.
Na entrevista concedida ontem ao The New York Times, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou sua autoridade como voz global do Sul Global, consolidando-se como o maior exemplo de soft power político da atualidade.
Lula foi firme ao afirmar que “não vai aceitar ordens” do presidente Donald Trump, reiterando que o Brasil não será tratado como país subalterno. Enfatizou que as duas maiores economias das Américas devem buscar equilíbrio e respeito mútuo, não imposições ou chantagens. Em meio à ameaça de tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos, o presidente brasileiro escolheu a diplomacia da firmeza, sem submissão.
Demonstrando equilíbrio, Lula deixou claro que o caminho para resolver crises bilaterais não passa por gritos nem provocações, mas por diálogo com soberania. “Em política entre dois Estados, a vontade de nenhum deve prevalecer”, afirmou, mostrando maturidade institucional e clareza estratégica.
A entrevista teve enorme repercussão internacional. Com 79 anos, e após enfrentar sérios desafios de saúde, Lula mostrou vigor físico e intelectual ao comentar temas sensíveis como o protecionismo americano, a multipolaridade global e a centralidade dos BRICS. Em tom irônico e certeiro, relembrou momentos em que desafiou a lógica imperialista, chamando Trump de “imperador” e criticando abertamente as ambições hegemônicas dos EUA.
A recepção foi imediata. Jornalistas, analistas e líderes internacionais reconheceram em Lula uma figura singular: um estadista que projeta influência por meio da palavra, da legitimidade histórica e da capacidade de articulação. O presidente brasileiro é hoje o principal exemplo contemporâneo de poder simbólico — aquele que não impõe, mas convence; que não coage, mas inspira.
Lula não fala apenas pelo Brasil. Ao defender soberania, respeito entre as nações e um novo multilateralismo, ele se coloca como interlocutor confiável e sensato de todo o Sul Global. Sua trajetória, marcada por inclusão social e política externa independente, agora ganha ainda mais força como referência moral em um mundo fragmentado e instável.
Mais do que uma resposta aos EUA, a entrevista ao New York Times foi um gesto de reposicionamento do Brasil. Um recado ao mundo: o país tem voz, tem projeto e tem liderança. E Lula, com sua autoridade simbólica construída ao longo de décadas, exerce hoje um soft power que nenhum outro líder democrático contemporâneo consegue igualar.
O Brasil reencontra, com Lula, seu lugar no mundo — não como vassalo de impérios em decadência, mas como farol de soberania, diálogo e esperança.