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Sobrevoo de drones na Dinamarca eleva suspeitas de ação coordenada contra países da OTAN

Da Redação

Incursões com drones fecharam aeroportos e atingiram instalações militares na Dinamarca; governo fala em “ataque híbrido”, informou aliados à OTAN e Europa discute reforço de defesas contra ameaças não convencionais.

A Dinamarca viveu momentos de tensão nos últimos dias após uma série de sobrevoos de drones não identificados em aeroportos civis e bases militares. As incursões obrigaram ao fechamento temporário de pistas em Copenhague e Aalborg, provocando atrasos em voos e elevando o alerta de segurança no país. O governo dinamarquês classificou os episódios como parte de um possível “ataque híbrido” e notificou a OTAN sobre os riscos à segurança coletiva.

Autoridades locais ressaltaram que não se tratou de incidentes isolados. Em Aalborg, a suspensão de operações se repetiu em mais de uma noite, indicando um padrão de ameaça contínua. Para especialistas, o uso de drones em áreas estratégicas representa um desafio crescente, pois esses equipamentos podem operar em baixa altitude, dificultando a detecção por radares convencionais, e ainda serem lançados a partir do mar.

O Ministério da Defesa da Dinamarca avaliou que há sinais de envolvimento de um “estado-ator”, embora a autoria ainda não tenha sido confirmada. Analistas apontam que o objetivo pode ter sido testar defesas aéreas e expor vulnerabilidades da infraestrutura crítica, em um momento de alta tensão geopolítica na Europa.

No plano europeu, ministros discutem medidas para reforçar a proteção conjunta. Entre as propostas estão a criação de uma rede de sensores de detecção de baixa altitude, a compra de sistemas antidrone para aeroportos e bases militares, além de maior cooperação de inteligência para rastrear pontos de lançamento. A ideia de uma “muralha antidrone” começa a ganhar força dentro da União Europeia como resposta coordenada à ameaça.

As incursões também tiveram impacto direto na vida civil. Passageiros enfrentaram cancelamentos e atrasos em aeroportos estratégicos, enquanto autoridades equilibravam a necessidade de garantir segurança com a preocupação de evitar medidas de defesa que pudessem colocar em risco aeronaves comerciais. O episódio reforçou a percepção de que drones, mesmo de pequeno porte e baixo custo, podem gerar efeitos desproporcionais e comprometer cadeias logísticas inteiras.

Diplomatas alertam que, caso seja confirmada a responsabilidade de um Estado, a resposta pode incluir sanções políticas, reforço defensivo e pressão multilateral. Ao mesmo tempo, governos europeus tentam evitar uma escalada direta que possa arrastar a região para um confronto aberto.

O caso dinamarquês expõe a vulnerabilidade de infraestruturas críticas em meio à nova era de ameaças híbridas. Para especialistas, a próxima etapa será a construção de um sistema de defesa mais resiliente, baseado em cooperação regional e tecnologia de ponta, capaz de proteger aeroportos, instalações militares e rotas estratégicas contra ataques não convencionais.