Da Redação
Controladoria-Geral da União (CGU) instaurará Processos Administrativos de Responsabilização (PARs) contra 38 entidades suspeitas de aplicar descontos ilegais nos benefícios de aposentados e pensionistas — um esquema que gerou fraudes bilionárias.
A Controladoria-Geral da União (CGU) anunciou que irá instaurar Processos Administrativos de Responsabilização (PARs) contra 38 entidades — entre associações, sindicatos e organizações rurais — envolvidas no escândalo de fraudes contra aposentados e pensionistas por meio de descontos indevidos nos benefícios do INSS. As investigações apontam desvios que somam cerca de R$ 6,3 bilhões, um dos maiores escândalos de corrupção previdenciária na história recente.
Segundo apurado, as entidades realizavam descontos na aposentadoria dos segurados sob justificativas de assistência jurídica, psicológica ou outros serviços, mas a maioria nunca foi autorizada pelos beneficiários, configurando prática de exploração e violação dos direitos mais básicos.
Além de reforçar a responsabilização das entidades, a CGU já havia publicado medidas emergenciais: suspendeu imediatamente todos os descontos, anulou Acordos de Cooperação Técnica e determinou que os valores descontados fossem retidos e devolvidos aos segurados na folha — além de assumir a condução das investigações anteriormente iniciadas pelo INSS.
A operação foi precedida pela ação coordenada pela Polícia Federal, sob a denominação “Sem Desconto”, que resultou em apreensões, mandados judiciais e identificação de organizações de fachada usadas para esvaziar os benefícios da população mais vulnerável. O governo também instalou no Congresso uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para acompanhar o caso e pressionar por justiça e restituição desses recursos.
