Da Redação
Dados oficiais revelam que o número de desempregados na Alemanha ultrapassou os 3 milhões em agosto, marcando o nível mais elevado desde 2015 — retrato de uma economia sob forte pressão.
Em um momento delicado para a maior economia da Europa, a Alemanha registrou em agosto um total de 3,025 milhões de desempregados, atingindo o patamar mais alto dos últimos dez anos. Isso representa um aumento de aproximadamente 46 mil pessoas sem trabalho em relação ao mês anterior, segundo dados do escritório federal de emprego.
Apesar deste recorde, o quadro mostra nuances. Quando ajustados sazonalmente, os números apresentaram uma leve queda, de 9 mil desempregados, com a taxa permanecendo estável em torno de 6,3 %. Isso indica possíveis pontos de estabilização no cenário econômico, embora o mercado de trabalho siga fragilizado.
O aumento acentua a pressão sobre o governo para que coloque em prática seu plano de investimentos — estimado em 500 bilhões de euros — com foco em infraestrutura e estímulo econômico, além de responder às tensões geradas pelas tarifas externas, especialmente dos Estados Unidos.
A trajetória de desemprego vinha subindo de forma constante desde meados de 2022, reflexo de dois anos seguidos de recessão e de uma recuperação frágil. As projeções iniciais de organismos internacionais já apontavam para uma tendência de aumento até o final de 2025, com leve recuperação apenas em 2026.
Analistas enfatizam que, ainda que o número absoluto tenha subido, a taxa de desemprego ajustada mostra sinais de arrefecimento da deterioração — mas a realidade social ainda exige respostas estruturais urgentes.
