Da Redação
Em resposta à prisão domiciliar de Jair Bolsonaro determinada pelo STF, o governo Trump acusa o Judiciário brasileiro de violar direitos humanos e ameaça retaliações. Brasília rebate com firmeza: interferência externa será rejeitada.
Nesta terça-feira, 5 de agosto de 2025, a Casa Branca intensificou suas críticas ao Supremo Tribunal Federal por autorizar a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro. O Departamento de Estado prometeu responsabilizar quem “auxiliar ou compactuar” com o ministro Alexandre de Moraes no caso, rotulando as ações judiciais como abuso de poder político e desrespeito à liberdade de expressão.
Em nota oficial, o governo dos EUA caracterizou o tratamento do ex-presidente brasileiro como “perseguição política” e alegou que o Judiciário brasileiro violou direitos fundamentais de cidadãos, inclusive americanos, ao exigir que plataformas como Twitter e X removam publicações feitas por pessoas fora do Brasil. A imposição de sanções por parte dos EUA incluiu, além dos 50% de tarifas comerciais sobre exportações brasileiras, restrições de visto e congelamento de bens de magistrados brasileiros envolvidos no processo.
Como resposta, o Brasil reafirmou que jamais aceitará interferência externa em seu processo judicial, e que qualquer demanda de pressão será considerada uma afronta inaceitável à soberania nacional. Autoridades federais indicaram que as medidas estão alinhadas ao desejo de intimidar instituições independentes, o que o governo repudia com veemência.
O ex-presidente Bolsonaro responde a acusações de tentativa de golpe de Estado, associação a movimentos violentos e promoção de desestabilização institucional entre 2022 e 2023. Moraes, em sua decisão, destacou que Bolsonaro violou restrições judiciais ao usar redes sociais e mobilizar manifestações por meio de terceiro, agravando o risco à ordem democrática.
A crise diplomática ampliou a tensão entre Brasília e Washington. O presidente Lula classificou unilateralmente as ações dos EUA como “chantagem política”, afirmando que o Brasil não abrirá mão de sua autonomia e não cederá a pressões que ameacem sua independência institucional. Mesmo com o peso econômico das sanções, o governo brasileiro enfatizou seu compromisso com o Estado de Direito e as normas internacionais de justiça.
A escalada culminou na prisão domiciliar como resposta institucional a violações reiteradas de medidas judiciais, enquanto o governo Lula reafirma que qualquer interferência estrangeira será respondida com soberania e resistência ativa.