Atitude Popular

Haddad dispara em recado ao Congresso: “não se ganha eleição sabotando o país”

Da Redação

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, lançou uma advertência dura ao Legislativo: impedir medidas fiscais ou econômicas estratégicas seria sabotar o país e comprometer conquistas sociais. O recado ressalta tensão institucional entre Executivo e Congresso, em meio à tentativa de aprovar reformas progressistas.

Em pronunciamento recente, o ministro da Fazenda Fernando Haddad dirigiu-se diretamente ao Congresso Nacional com uma mensagem clara e contundente: “não se ganha eleição sabotando o país”. A fala, proferida durante evento técnico no âmbito do governo, reverbera no ambiente político e denuncia o clima de desgaste entre Poderes, especialmente quando o Executivo tenta aprovar medidas fiscais que enfrentam resistência parlamentar.

Para Haddad, em tom firme, alguns parlamentares estariam dificultando a tramitação de propostas que considera essenciais para o equilíbrio econômico, a justiça fiscal e o fortalecimento das políticas sociais. Em sua visão, tais bloqueios se configuram como uma espécie de sabotagem institucional, que prejudica o planejamento orçamentário, as expectativas de investidores e a credibilidade internacional do Brasil.

A afirmação não é retórica vazia. No cenário recente, o governo já sofreu derrotas expressivas em pautas como a Medida Provisória do IOF, que previa taxações extras sobre fintechs, apostas e grandes aplicações. A MP chegou a ser retirada de pauta após derrota no plenário por ampla margem. Haddad e Lula veem esses episódios como reflexo da resistência — muitas vezes partidária ou de grupo — a projetos que desafiam privilégios e alteram o status quo tributário.

O recado do ministro reforça que o governo enxerga parte das dificuldades não apenas como debates normais de oposição, mas como obstrução deliberada ao progresso nacional. O termômetro dessa disputa está na disputa por votos e apoios no Congresso: nas próximas semanas, Haddad afirma que o governo intensificará negociações com bancadas estaduais, entidades econômicas e agentes sociais para compensar eventuais rejeições.

Apesar do tom de alerta, o governo mantém a expectativa de que, com articulação política e pressão social, algumas medidas poderão virar símbolos de mudança: taxar lucros, rendas exorbitantes e digitalização do sistema tributário. Haddad defende que recuar diante da resistência externa seria fragilizar o país e recuar nas ambições de reduzir desigualdades estruturais.

Críticos, entretanto, apontam riscos à retórica agressiva. Acusar o Congresso de sabotagem pode aprofundar o embate institucional e dificultar cooperações futuras, especialmente em pautas sensíveis como reformas administrativas, previdenciária ou orçamentária. Parte dos parlamentares aliados já manifestaram desconforto com uma estratégia de “choque frontal” que cancele costuras negociais.

O desafio do governo será operar esse equilíbrio: manter firmeza nas bandeiras de mudança sem incendiar articulações estratégicas. Haddad sinaliza que está disposto a seguir o embate, mas também admite que o caminho pragmático será indispensável — afinal, reforma precisa de base, diálogo e pacto de sustentação institucional.

Como resultado simbólico e prático desse confronto, o governo tentará transformar o episódio em catalisador de apoio popular, cobrando visibilidade das pautas travadas e posicionando-se como defensor de reformas que beneficiem a maioria. O sucesso dependerá de habilidade diplomática, pressão social e da capacidade de converter o recado em votos concretos no Congresso.