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Lavrov gera febre por moletons “USSR” após gesto polêmico do exterior

Da Redação

O chanceler russo, Sergei Lavrov, desembarcou em Anchorage usando um moletom com a inscrição “USSR” — provocação simbólica à Ucrânia — e desencadeou uma onda de procura que deixou o produto esgotado em poucas horas.

Na manhã de 15 de agosto de 2025, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, aterrissou em Anchorage, no Alasca, para a aguardada cúpula entre Donald Trump e Vladimir Putin. Sua escolha de vestimenta — um moletom estampado com a sigla “СССР”, a abreviação russa para União Soviética — foi interpretada como uma provocação simbólica. O gesto evocou narrativas de nostalgia soviética e negação da soberania da Ucrânia, gerando repercussão imediata entre diplomatas, jornalistas e observadores internacionais.

O moletom virou febre: o modelo esgotou em horas e diversas marcas começaram a desenvolver versões inspiradas no episódio para abastecer a demanda repentina. Especialistas em moda identificaram a peça como um produto de temática soviética e estimaram que o feito reforça o uso consciente da estética histórica como ferramenta política.

A imediata reação internacional incluiu críticas contundentes. O então ministro das Relações Exteriores da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, ironizou: “ ‘Dê-nos metade da Ucrânia e prometemos parar’, diz o negociador com moletom da URSS.” Paralelamente, figuras políticas e ex-diplomatas europeus interpretaram a atitude como um sinal claro de agressividade simbólica, não diplomática.

Ações simbólicas complementares também chamaram atenção. Durante o voo para o Alasca, a delegação russa foi servida “Chicken Kyiv” — um prato cujo nome remete à capital ucraniana — e essa escolha foi amplamente percebida como uma provocação adicional. Além disso, jornalistas russos que cobriam a cúpula relataram insatisfações com suas acomodações improvisadas, montadas num estádio de hóquei convertido em hospital de campanha — um contraste marcante entre o gesto teatral e o cotidiano austero.

A análise de especialistas em geopolítica não deixou dúvidas: Lavrov sabia exatamente o que estava fazendo. O moletom não era um acaso de moda, mas uma escolha calculada de “dress diplomacy” — uma forma de comunicação que mistura provocação, identidade ideológica e tensão política — clara o suficiente para entrar na pauta global antes mesmo de qualquer palavra oficial ser proferida.

Em meio ao simbolismo, a cúpula seguiu com expectativa global sobre progresso na guerra da Ucrânia, mas fechou sem acordos concretos. Trump enfatizou sua intenção de consultar aliados sobre garantias de segurança e Volodymyr Zelensky antes de qualquer avanço. Putin, por sua vez, sinalizou abertura a negociações em temas como controle nuclear, mas manteve firme sua narrativa de poder simbólico e estratégico.