Atitude Popular

Lula defende independência do Judiciário e diz que processo contra Bolsonaro foi minucioso

Da Redação

Em discurso na ONU, presidente Lula afirma que julgamento do ex-presidente Bolsonaro foi conduzido com rigor, ampla defesa e respeito ao Estado democrático de direito.

Durante sua participação na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, Lula voltou a reafirmar a importância da independência do Poder Judiciário e destacou que o processo que resultou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro ocorreu em conformidade com os princípios do Estado democrático de direito.

Lula disse que este processo foi “minucioso”, ressaltando que Bolsonaro foi investigado, indiciado, julgado e responsabilizado pelos atos que atentavam ao regime democrático. Ele enfatizou que o ex-chefe de Estado teve amplo direito de defesa — um aspecto que, segundo ele, diferencia regimes democráticos de regimes autoritários, onde esse direito costuma ser negado.

No discurso, o presidente brasileiro sublinhou que se trata de um momento histórico: ele afirmou que, em 525 anos da história do Brasil, nunca antes um ex-presidente havia sido condenado por atentado contra o Estado democrático de direito. Esse marco, segundo Lula, demonstra que a Justiça brasileira está funcionando de modo independente e com compromisso institucional, sem interferências externas ou atropelos processuais.

O pronunciamento incluiu também uma crítica velada a pressões internacionais recentes que questionam decisões do Judiciário brasileiro. Lula defendeu que tais críticas não devem servir como justificativa para deslegitimar instituições nacionais, e sim para reforçar a necessidade de respeito ao devido processo legal. Ele afirmou que o direito de defensa e a transparência do julgamento foram mantidos ao longo de todo o procedimento.

Além disso, Lula deixou claro que não haverá impunidade para ofensivas ou ataques contra o Estado democrático de direito. Para ele, assegurar que casos como esse sejam apurados e julgados de forma correta é uma forma de garantir que instituições como o Judiciário mantenham credibilidade e autoridade perante a sociedade e o mundo.

No âmbito diplomático, essa posição reforça a narrativa brasileira de que a soberania institucional não é negociável, sobretudo frente a críticas externas ou medidas de pressão que tentam influenciar decisões judiciais ou políticas internas. Lula afirmou que a atuação do Brasil no cenário internacional segue baseada no respeito às normas legais e internacionais, e criticou intervenções que, na sua visão, atentam contra a autonomia dos poderes.