Atitude Popular

Polícia do Senado nega visita de chefes do PCC ao gabinete de Ciro Nogueira

Da Redação

Após denúncia de que o senador Ciro Nogueira teria recebido propina de líderes do PCC em seu gabinete, a Secretaria de Polícia do Senado informou que não há registro de visitas dos acusados ao gabinete em 2024, e o parlamentar nega veementemente as acusações.

Na segunda-feira, 1º de setembro de 2025, a Polícia do Senado Federal divulgou um comunicado oficial afirmando que não há registros de entrada de Mohamad Hussein Mourad, conhecido como “Primo”, nem de Roberto Augusto Leme da Silva, chamado de “Beto Louco”, ambos apontados como chefes de um esquema criminoso do PCC, no gabinete do senador Ciro Nogueira (PP-PI) durante todo o ano de 2024.

A informação confronta diretamente uma denúncia publicada no fim de semana, segundo a qual os dois suspeitos teriam entregue uma sacola de dinheiro vivo ao parlamentar em seu gabinete, em agosto do ano passado, como parte de um esquema de propina ligado à facção. A acusação teria se baseado em um depoimento prestado à Polícia Federal por uma testemunha anônima.

Ciro Nogueira reagiu imediatamente às acusações. Em nota, classificou a denúncia como falsa e afirmou que não possui qualquer vínculo com organizações criminosas. O senador também declarou que acionou o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, solicitando investigação imediata sobre o caso. Para reforçar sua defesa, colocou à disposição das autoridades todos os seus sigilos — bancário, telefônico e de registros de gabinete.

Além disso, o parlamentar solicitou formalmente ao Senado acesso integral aos registros de visitas ao seu gabinete e às imagens de segurança do período mencionado, com o objetivo de demonstrar que os encontros nunca aconteceram. Segundo ele, trata-se de uma tentativa de ataque político baseada em informações frágeis e sem comprovação material.

A repercussão no meio político foi imediata. Enquanto aliados reforçam a narrativa de que Ciro é vítima de uma armação, críticos defendem que a apuração seja conduzida com total transparência, dada a gravidade da acusação. Analistas como o jornalista Josias de Souza consideraram o episódio “gravíssimo, mas ainda frágil”, ressaltando que, até o momento, não há provas documentais que sustentem a versão apresentada pela testemunha.

O caso ocorre em meio às investigações da chamada Operação Carbono Oculto, deflagrada pela Polícia Federal para apurar a atuação do PCC em esquemas bilionários ligados ao setor de combustíveis. A suspeita é de que a facção teria ampliado sua rede de influência, buscando contatos com empresários e políticos. Embora Ciro Nogueira apareça em uma denúncia específica, até agora as investigações não apresentaram evidências concretas de sua participação direta.

O desfecho dependerá do aprofundamento das investigações conduzidas pela Polícia Federal e do acompanhamento do Ministério Público. Caso se confirmem as acusações, o impacto político pode ser devastador, já que o senador é uma das principais lideranças do Progressistas e mantém forte influência em articulações de bastidores no Congresso. Por outro lado, se a apuração comprovar a inconsistência das denúncias, a narrativa de perseguição política poderá ganhar força entre seus aliados.

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