Repórter fotográfico Wandaick Costa denuncia massacre em Gaza e silêncio da imprensa diante do assassinato de mais de 200 jornalistas palestinos
O programa Café com Democracia, apresentado por Luiz Regadas e transmitido pela TV Atitude Popular, abordou o assassinato de jornalistas na Faixa de Gaza em meio ao conflito entre Israel e Palestina. A entrevista com o repórter fotográfico Wandaick Costa, realizada diretamente de Salvador (BA), trouxe denúncias contundentes sobre a violência contra profissionais da imprensa e a omissão dos grandes veículos de comunicação.
Segundo dados mencionados no programa, já passam de 200 os jornalistas mortos em Gaza desde o início dos ataques, em um contexto que soma mais de 60 mil vítimas fatais. Para Wandaick, o extermínio sistemático de comunicadores faz parte de uma estratégia deliberada. “Os companheiros que estão sendo assassinados em Gaza tiveram sua cabeça a prêmio pelo exército de Israel. O que mais me deixa triste é a indiferença dos profissionais de imprensa, que por muito menos já se manifestariam no mundo inteiro”, declarou.
O repórter também destacou que o sionismo exerce forte influência sobre a mídia global, tanto financeira quanto ideológica, o que explicaria a falta de cobertura crítica sobre o genocídio em curso. “O que acontece em Gaza hoje é o assassinato aberto. É a preparação para o domínio de um território que, como disse Donald Trump, será transformado em uma riviera para bilionários. Se o mundo permitir isso, quem garante que não farão o mesmo na Amazônia?”, questionou.
Ao longo da conversa, Wandaick denunciou ainda o uso das novas tecnologias e da inteligência artificial como instrumentos de desinformação e controle social. Ele citou casos de plataformas digitais e empresas de tecnologia que financiaram direta ou indiretamente a máquina de guerra israelense. Para o jornalista, a guerra informacional anda de mãos dadas com a ofensiva militar.
O convidado também fez duras críticas ao silêncio da imprensa brasileira. Recordou que jornalistas renomados, como Ricardo Boechat, não teriam aceitado calar diante de tamanha barbárie. “São 200 profissionais assassinados e, mesmo assim, os grandes jornais viram a cara. O capital que sempre falou em globalização e democracia é o mesmo que financia a morte de crianças e comunicadores em Gaza”, afirmou.
Em sua fala final, Wandaick reforçou o chamado à responsabilidade da categoria jornalística e da sociedade civil diante do massacre. “Eu fico triste e envergonhado com os companheiros da imprensa brasileira. Tomem vergonha na cara. Nenhuma quantia de dinheiro vale a vida de uma criança assassinada por uma bala de um soldado israelense”, concluiu.
📺 Programa Café com Democracia
📅 De segunda à sexta
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