Da Redação
Deputado chefe do Kremlin deixa cargo voluntariamente; divergências em torno da guerra na Ucrânia e demandas por negociações estariam entre os fatores.
O Kremlin confirmou que Dmitry Kozak, até então vice-chefe da administração do presidente Vladimir Putin, pediu demissão por motivos pessoais, encerrando uma carreira de mais de duas décadas em cargos de alta confiança junto ao governo.
Kozak ocupou posições importantes, incluindo ministro de Desenvolvimento Regional e vice-primeiro-ministro, além de supervisionar projetos estratégicos como a organização dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, em 2014.
Em 2020, ele foi nomeado deputy chief of staff no Kremlin, assumindo responsabilidade sobre áreas inter-regionais, culturais e de cooperação de fronteiras. Nos últimos meses, no entanto, Kozak vinha sendo associado a posições mais tolerantes em relação à Ucrânia, inclusive defendendo negociações de paz — algo que teria enfraquecido sua influência dentro do círculo mais próximo de Putin.
Especialistas avaliam que sua saída pode sinalizar o endurecimento da linha política russa, eliminando vozes moderadas que ainda buscavam saídas diplomáticas. Isso reforça a percepção de que Putin concentra cada vez mais o poder em torno de aliados alinhados à estratégia militar, reduzindo o espaço para discussões internas sobre uma eventual negociação de paz.