Atitude Popular

Moraes decreta prisão domiciliar de Bolsonaro após descumprimento de cautelares

Da Redação

Decisão do ministro Alexandre de Moraes põe fim ao argumento legal do ex‑presidente, que agora cumpre prisão domiciliar por ter violado restrições judiciais sobre o uso de redes sociais e contato com diplomatas.

Nesta segunda-feira, 4 de agosto de 2025, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a conversão das medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro em prisão domiciliar. A decisão judicial responde ao descumprimento reiterado das restrições impostas desde julho, quando Bolsonaro foi flagrado utilizando as redes sociais por meio de integrantes de sua família e ignorando o uso da tornozeleira eletrônica.

Moraes ressaltou que a atitude de Bolsonaro configurou desobediência consciente, evidenciada especialmente pelo compartilhamento de conteúdos via perfis de terceiros durante mobilizações públicas. O ex-presidente, que já usava dispositivo de monitoramento, agora deverá permanecer em regime restrito, com recolhimento domiciliar obrigatório e supervisão intensificada.

A decisão amplifica o peso das medidas cautelares. Bolsonaro está proibido de se manifestar em redes sociais, não pode manter contato com diplomatas estrangeiros nem visitar embaixadas, e não tem permissão para se expressar via intermediários durante o período de prisão domiciliar. Qualquer descumprimento poderá resultar em prisão preventiva.

O contexto judicial ganha dimensão política e externa após o Departamento do Tesouro dos EUA sancionar o ministro Moraes sob a Global Magnitsky Act, congelando bens e impondo restrições de visto. A ação reflete pressão internacional, já que Donald Trump e aliados vinham criticando severamente o processo contra Bolsonaro, rotulando-o de perseguição política. Moraes, contudo, reafirmou que continuará o processo independentemente das sanções externas, classificando-as como tentativa de interferência na soberania brasileira.

Bolsonaro enfrenta acusações por liderar uma tentativa de golpe de Estado, conforme apuração da operação Contragolpe. Ele e outros réus são investigados por crimes como organização criminosa e atentado ao Estado democrático, com possibilidade de pena que ultrapassa 40 anos de prisão. As medidas judiciais reforçam o caráter grave e urgente das apurações.