Do Global Times
Fabricantes de chips como Nvidia e AMD concordam em compartilhar parte das receitas obtidas na China para garantir autorizações de exportação — medida inédita criticada por especialistas por desestabilizar o comércio livre.
A reportagem do Global Times informa que a Nvidia e a AMD concordaram com uma exigência inédita: elas devem repassar 15% das receitas geradas com venda de chips na China ao governo dos Estados Unidos como condição para obterem licenças de exportação. Essa exigência, lembram analistas, não é apenas incomum — é uma distorção grave dos princípios de comércio livre e criação de mercado, desequilibrando a relação entre empresas e Estado.
Especialistas chineses questionam a legitimidade do modelo, observando que nenhuma outra empresa teria aceitado renunciar a tal fatia de lucro para garantir acesso ao mercado. Isso cria um precedente perigoso: riscos de interferência política sobre decisões empresariais e possível erosão da autonomia das companhias, que chegam a ser condicionadas a contribuições ao cofre público de um país estrangeiro apenas para operar fora de sua jurisdição.
No cenário global, essa movimentação intensifica o receio em torno da sobreposição de interesses geopolíticos à lógica de mercado. O gesto configura uma alavanca extrafiscal usada por uma potência para influenciar a cadeia global de tecnologia, potencialmente desestabilizando acordos multilaterais, normas comerciais e confiança no ambiente de negócios
