Atitude Popular

Trump, Israel e o Brasil: professor Nelson Campos alerta para alianças de extrema direita

Em entrevista à TV Atitude Popular, mestre em Educação pela UFC critica tarifas contra o Brasil, acusa Trump de “genocida” e traça paralelos entre ataques à democracia nos EUA e no Brasil

Da Redação

Em entrevista à TV Atitude Popular, conduzida pelo jornalista Luiz Regadas, o professor Nelson Campos, mestre em Educação pela Universidade Federal do Ceará, fez duras críticas ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, às políticas externas norte-americanas e à articulação internacional de movimentos de extrema direita. O debate abordou desde o chamado “tarifaço” de Trump contra o Brasil e a Índia até as conexões entre lideranças conservadoras e ações golpistas em diferentes países.

Para Nelson Campos, Trump representa “um dos maiores problemas da humanidade atualmente”. O professor classificou o republicano como “estúpido e imprevisível dentro da própria estupidez” e “imperador do mundo”, acusando-o de apoiar crimes contra a humanidade, como o genocídio na Faixa de Gaza.

“O que está acontecendo na Palestina é genocídio com apoio dos Estados Unidos. Trump já disse que a região será dele, expulsando palestinos para construir resorts”, denunciou.

Tarifas e Brics no alvo

Campos relacionou o aumento de tarifas de importação anunciadas por Trump ao avanço de países do Brics, bloco econômico que inclui Brasil e Índia. Segundo ele, o republicano busca enfraquecer economias concorrentes e distorce dados para justificar as medidas.

“Ele diz que a situação comercial é desfavorável aos EUA, quando na verdade eles têm superávit. É desinformação, talvez proposital”, afirmou.

Paralelos entre 6 de janeiro e 8 de janeiro

O professor também comparou a invasão do Capitólio, em Washington, no dia 6 de janeiro de 2021, com os ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro de 2023. Para ele, ambos foram tentativas de golpe inspiradas e articuladas por redes internacionais da extrema direita.

Campos citou ainda a proximidade de figuras brasileiras como o filho de Jair Bolsonaro com estrategistas da ultradireita, como Steve Bannon. “Eles atuaram juntos na mídia digital e nas redes sociais, ajudando a insuflar ações golpistas”, disse.

A manipulação das massas

Ao longo da entrevista, o educador resgatou exemplos históricos do fascismo na Europa e destacou o papel da propaganda e da manipulação religiosa na mobilização de setores conservadores. Citou líderes como Hitler, Mussolini e Salazar, além da influência do ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels, para criticar o lema “Deus, pátria e família” que voltou a circular na política brasileira.

Para Campos, a “subserviência doentia” de parte da classe política brasileira aos EUA é tão nociva quanto as medidas econômicas concretas impostas por Trump. Ele defendeu a importância de uma educação crítica para romper com o que chama de “alienação ideológica”.

“A ideologia é uma falsa consciência. A libertação do indivíduo passa pela libertação da alienação”, afirmou, citando Marx.

Crítica à hipocrisia norte-americana

O professor apontou o histórico de apoio dos EUA a golpes militares na América Latina, incluindo o Brasil em 1964, e ironizou o discurso norte-americano de defesa da democracia. “A política externa dos EUA é a mais hipócrita do mundo. Dizem defender a democracia, mas patrocinam ditaduras”, disse.

Campos ainda denunciou o uso das big techs para espalhar desinformação e estimular “revoluções coloridas” que desestabilizam governos contrários aos interesses de Washington. “Trump usa o poder econômico e a mentira para intimidar outros países”, completou.

Ao final, o educador alertou para os riscos do discurso patriótico manipulado para fins autoritários e concluiu:

“Soldados armados, amados ou não, quase todos perdidos com armas na mão. Morrer pela pátria ou viver sem razões: é isso que eles vendem como patriotismo.”

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