Atitude Popular

PEC da impunidade dos parlamentares

Da Redação

Aliados de Bolsonaro negociam PEC que retoma prerrogativa abolida em 2001, exigindo que Legislativo autorize ao STF instauração de ação penal contra deputados e senadores.

Em 8 de agosto de 2025, aliados do ex‑presidente Jair Bolsonaro reacenderam a discussão sobre uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que restabelece a obrigatoriedade de autorização prévia da Câmara ou do Senado para que o Supremo Tribunal Federal (STF) possa receber denúncia e iniciar ação penal contra parlamentares. A medida resgata regra que foi extinta em 2001.

A proposta foi inserida no acordo político que encerrou a ocupação do plenário da Câmara realizada por deputados bolsonaristas. O ex‑presidente da Casa, Arthur Lira, coordenação diplomática para que os trabalhos legislativos fossem retomados, condicionando esse ponto à desocupação.

A Emenda Constitucional nº 35, de 2001, suprimiu a exigência de aval legislativo, conferindo ao STF competência direta para julgar crimes comuns cometidos por parlamentares desde a expedição do diploma. Antes disso, assim como prevê agora a PEC, era necessário que a Câmara ou o Senado autorizasse o recebimento de denúncia.

A PEC também sugere alterar outras prerrogativas. Propõe restringir a prisão em flagrante de parlamentares apenas aos casos de crimes inafiançáveis previstos na Constituição. Prevê, ainda, que buscas e apreensões no âmbito do Congresso dependam de autorização da própria Casa Legislativa. Outro ponto em debate é a modificação do foro privilegiado, de forma que determinados processos contra autoridades passem a tramitar em instâncias inferiores, em vez do STF.

A alteração é vista pelos aliados de Bolsonaro como forma de limitar a atuação do STF em investigações que envolvem parlamentares — muitos dos quais suspeitos de desvios de verbas parlamentares nas investigações da Polícia Federal — e fortalecer a prerrogativa dos Poderes Legislativo e Executivo sobre autônomas.